06 outubro, 2006

Fui semente,
molhada pela chuva miudinha
enrugada
pela água fria.

Fui pequenina,
pequerruchinha,
à procura da luz do dia.

Estendi-me ao sol,
queria apanhar o Sol.

E cresci.
Tanto!
Agora tenho raízes mais
estáveis,
mais profundas.
E um caule forte.
Tenho folhas largas,
outras esguias,
Outras esquisitas.

Dizem que posso vestir-me de frutos e flores!
E tenho muitos amigos,
borboletas,
abelhas e
passarinhos de todas as cores!

Mas o que eu quero mesmo é ser árvore.
Árvore.
Para morrer de pé.

5 Comments:

At 1:00 da tarde, Blogger Rute said...

Não sei porque, não me perguntes porque..
Ao ler este poema, veio-me a imagem de um gato preto com o peito branco e uma mancha na bochecha esquerda, perto dos bigodes,muito farrusco, sentado em cima de uma das raizes da árvore a olhar para cima e a miar ao olhar para as frestas que o sol iam dando a descobrir por entre as folhas da árvore que iam mexendo e soando ao tom da levre brisa de Primavera que estava a passar...
I'm a dreamer...
Obrigada pla sensação.****

 
At 4:08 da tarde, Blogger Ana Pena said...

Foste tu que escreveste este belo poema? se sim parabéns!:) está belíssimo e tem mesmo Maria escrito na testa, especialmente aquela última frase!beijos

 
At 12:25 da tarde, Blogger Tiago said...

Sim, a ultima frase é mm à Maria! Morrer de pé! Sim SR.

 
At 3:57 da tarde, Blogger Guida said...

Do mais profundo que há em ti, sei que gosto de ti.
Fizeste me bem....

 
At 8:07 da tarde, Blogger Pedro Espírito Santo said...

Imagino-me a baloiçar num baloiço preso no dos teus ramos mais fortes numa tarde de sol na lezíria alentejava onde já estive contigo (ou lá perto, eu pa geografia não dou uma pa caixa).

Morrer ? Você não morre ! ! !

 

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