16 novembro, 2006

Soldadinho de chumbo
não chora.
É forte, destemido,
mas não chora.
Comanda, conquista,
não chora.
Perde, perde-se
e não chora.
É soldado de chumbo,
soldado de espada,
em lutas de esgrima,
em dança estudada.
Soldado honrado,
em casaco engomado,
de sorriso apagado.
Soldadinho de chumbo,
soldado da guerra,
que vive no palco,
mas morre na tela.

(M. Santos)

3 Comments:

At 2:57 da manhã, Blogger Ana Pena said...

Sente-se uma crescente frieza e tristeza deste soldadinho que não chora...e rematas com uma morte na tela...epá tenho de digerir isto...:) Pq morrer na tela pode ser mt bom ou muito mau...humm

Tá lindo!

"Soldado honrado,
em casaco engomado,
de sorriso apagado
(...)"

Tá lindo!

 
At 10:35 da manhã, Blogger Rute said...

Ai que saudade de sabirear as tuas palavras, magnifico Maria...
Em alguma parte da nossa vida somos todos esse soldadinho.
Tanta friesa, tanta duresa, acaba um dia por nos fazer esmurecer.

 
At 12:16 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Gostei muito deste poema Maria (isto está a ficar recorrente...).

Concordo com a Pena, há muita frieza neste soldadinho! Temos que o por a chorar, senão ficará de chumbo, eternamente!

 

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